Desde a Puberdade Eu Escolho os Piores – E Decidi Que Tá Tudo Bem Assim
Se existe uma coisa que eu posso dizer com orgulho sobre minha vida amorosa é:
nunca errei o alvo.
Ou melhor… acertei sempre o mesmo alvo.
Só que o alvo em questão era mais pra "lixo ambulante", "péssima escolha" ou "sinal vermelho piscando".
Minha história com homens começou cedo. Na adolescência já tinha meu primeiro crush: um menino que usava calça moletom com tênis da Nike combinando com boné virado pra trás, falava “mano” a cada duas palavras e me chamou pra sair depois de eu vê-lo tomar 15 shots numa festa de 15 anos.
E claro, eu fui. Porque sim.
Era meu primeiro relacionamento sério. Durou três semanas e um término no meio de uma briga por causa de uma selfie com outra menina.
Mas foi ali que tudo começou.
O padrão estava traçado.
A partir daí, só evoluí na escala do desastre.
Na faculdade veio o cara metido a intelectual, que lia Dostoiévski mas não sabia responder uma mensagem sem drama.
No trabalho surgiu o chefe casado que jurava que ia separar.
Num app de namoro apareceu o "fitness" que só mandava foto do abdômen e me chamava de “gata”, mas nunca perguntou meu nome completo.
E recentemente, o clássico “sou diferente dos outros, sou maduro demais pra essas coisas”... que sumiu depois do terceiro encontro, sem explicação.
Ou seja: meu currículo amoroso parece um catálogo de homens imprestáveis.
E sabe o que eu percebi?
Que não é coincidência.
Não é azar.
Não é falta de autoestima.
É simplesmente escolha consciente e instintiva de quem gosta de confusão, desejo e um toque de perigo no cardápio sentimental.
Porque, vamos combinar: os caras legais são lindos, gentis, organizados, mandam bom dia com coraçãozinho e fazem planos pro futuro.
Mas também dormem às 22h, reclamam da ressaca e acham que beijo na boca logo de cara é “coisa de moleque”.
Já os ordinários, os safados, os imprevisíveis…
Esses são os que te olham torto, dizem algo que você nem deveria achar sexy, mas acha.
Que somem e reaparecem com um sorriso que te faz esquecer qualquer noção de dignidade.
Que não têm plano de carreira, mas têm plano pra te deixar sem ar.
E sim, eles machucam.
Mentem.
Iludem.
Somem.
Fazem você duvidar de si mesma.
E ainda assim, no fundo, você sente falta.
Do olhar. Da voz. Do beijo mal dado. Do sexo intenso. Do caos.
Então, sim.
Eu reconheço.
Sem vergonha, sem culpa, sem disfarce:
eu escolho os piores. E talvez sempre vá escolher.
Porque isso faz parte de quem eu sou.
Mulher de verdade.
Com todas as falhas, escolhas questionáveis e verdades que ninguém quer confessar.
E se você é mulher e tá se reconhecendo aqui…
Relaxa. Você não tá sozinha.
Nenhuma de nós é santa.
E sinceramente?
Nenhuma de nós quer ser.
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